Portas abertas
Uma
adolescente fugiu de casa para viver "sua" liberdade, mas logo caiu na
realidade da vida. Sem dinheiro para se manter e sem coragem de voltar
para casa, acabou por entrar no mundo da prostituição.
Os anos se passaram, mas, apesar da saudade dos pais, ela nunca mais tentou qualquer contato com eles.
Seus
pais sempre a procuraram, em vão, porém, desde a morte do seu pai (que
ela nem ficou sabendo), sua mãe intensificou as buscas, deixando um
cartaz de "Procura-se" em qualquer lugar onde lhe permitissem.
Neste cartaz a mãe havia colocado sua própria foto, escrito embaixo: "Eu ainda amo você. Volte para casa".
Os
meses se passaram sem qualquer notícia, até que um dia, numa fila de
sopa para pessoas carentes, a moça viu a foto da sua mãe, que apesar de
ter envelhecido bastante, ainda conservava o mesmo olhar que ela
guardava em suas lembranças.
Não
pode conter a emoção e, naquele dia mesmo, voltou para casa. Era tarde
da noite quando chegou. Tímida, ela se aproximou da porta. Ia bater, mas
ela se abriu sozinha.
Entrou assustada, apavorada com a idéia de que algum ladrão tivesse invadido a casa e "sabe lá Deus o quê" poderia ter feito.
Correu para o quarto e viu sua mãe dormindo. Acordou-a. Ambas choraram muito. Abraçaram-se. Reconciliaram-se.
Lembrando-se da porta aberta, a moça disse:
- Puxa, mãe, levei um susto tão grande quando cheguei.
- Por que, minha filha?
-
É que a porta da frente estava aberta e eu pensei que algum ladrão
tivesse invadido a casa. Você precisa tomar mais cuidado, mãe. Não pode
mais esquecer a porta aberta.
-
Não meu amor, você não está entendendo. Eu não esqueci a porta aberta.
Desde o dia em que você foi embora, esta porta nunca mais foi fechada.
E(o
filho pródigo) levantando-se,voltou para seu pai;e quando ainda estava
longe,viu-o seu pai,e se moveu de íntima compaixão
e,correndo,lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.(Lucas 15.20)
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