segunda-feira, 18 de junho de 2012

      
          

    O RESGATE E A RESTITUÍÇÃO DO HOMEM

A restituição –
a conseqüência lógica do resgate.
     DE ACORDO com o desenho do plano revelado de Deus, tal qual até agora está delineado, vemos que seu propósito com respeito à raça humana é sua restituição à perfeição e glória que perdeu no Éden. A melhor e mais conclusiva evidência acerca deste assunto a achamos sem dificuldade alguma, quando é considerada em seu verdadeiro valor a natureza e amplitude do resgate. 
     A restituição predita pelos apóstolos e profetas deve seguir o resgate como justa e lógica conseqüência. Segundo dispôs Deus ao prover o resgate, a menos os que obstinadamente resistem ao poder que o Grande Salvador tem para resgatá-los, a humanidade em geral será libertada da pena original, “do cativeiro da corrupção”, da morte, porque de outra maneira o resgate não beneficiaria a todos.
Cristo se deu a si mesmo em resgate para todos para que pudesse abençoar a todos.



     O raciocínio de Paulo sobre o tema é bastante claro e enfático. Suas palavras (Romanos 14:9, IBB) são como segue: 
“Porque foi para isto mesmo que Cristo morreu e tornou a viver, para ser Senhor [governante ou exercedor do domínio] tanto de mortos como de vivos.” 
     Isto implica que o objetivo da morte e da ressurreição de nosso Senhor não foi somente com a intenção de abençoar, governar e restaurar os viventes do gênero humano, mas além disso, para poder adquirir a autoridade e o pleno domínio tanto sobre os mortos como sobre os vivos, assegurando para uns e outros os benefícios derivados de seu resgate.*
   Podemos com bastante propriedade dar às palavras do Apóstolo um significado mais profundo, ou seja que na expressão “os mortos” está incluída toda a família humana. 
    A raça inteira, que se encontra sob a sentença da morte, desde o ponto de vista divino é considerada como morta (Mateus 8:22); por isso percebemos, então a expressão “os vivos” é aplicável a seres superiores à raça humana e que não têm perdido seu direito à vida, tais como os anjos.
     Para poder abençoar a humanidade em geral e dar a cada um uma oportunidade de alcançar a vida, Ele “se deu a si mesmo em resgate [o preço correspondente] por todos”. A pretensão que “se deu em resgate por todos”, mas que somente uns poucos dos redimidos receberão qualquer dos benefícios resultantes, não deixa de ser absurda. 
     Tal pretensão implicaria um dos dois: ou que Deus aceitou o preço do resgate e logo injustamente recusou conceder a liberdade aos redimidos, ou que o Senhor depois de redimir a todos não pôde ou não quis levar a efeito seu benévolo desígnio original. 
     A imutabilidade dos planos de Deus e a perfeição da justiça e amor divinos se unem para rejeitar e contradizer semelhante idéia, e nos proporcionam uma garantia de que o benévolo plano original para o qual o “resgate por todos” serviu de base, em sua totalidade e “a seu tempo” determinado por Deus, será levado a efeito, trazendo aos fiéis crentes a bendita liberação fora da condenação adâmica junto com a oportunidade para gozar de novo os direitos e as liberdades atribuídas aos filhos de Deus, desfrutados antes de ocorrer o pecado e de ser pronunciada a maldição.
O resgate garante a todo homem uma oportunidade para a vida.


A experiência previa com o mal será uma vantagem grande durante a nova prova.
     Uma vez que os verdadeiros benefícios e resultados do Resgate forem compreendidos distintamente, em seguida, se dissipam todas as objeções que possam apresentar-se quanto à sua aplicação universal. O “resgate por todos” oferecido por “Cristo Jesus, homem”, a ninguém proporciona nem garante a vida eterna ou bênção, mas garante a todo homem outra oportunidade ou prova para obter a vida eterna. 
     A primeira prova do homem, que deu por resultado a perda das bênçãos concedidas no princípio, por causa do resgate provido por Deus se torna para os leais de coração em uma verdadeira bênção em forma de experiência. O fato de que todos são resgatados da primeira pena não é uma garantia de que todos renderão uma absoluta obediência, sem a qual a ninguém lhe será permitido viver eternamente, quando serão individualmente provados para alcançar a vida eterna. 
     Por meio da experiência atual com o pecado e sua pena amarga, o homem se encontrará por completro prevenido, e quando por conseqüências do resgate lhe será concedida a prova individual sob a supervisão de Quem tanto os amou, que deu sua vida por eles, não querendo que ninguém se perca, senão que voltem todos a Deus para alcançar a vida, podemos estar seguros de que só os desobedientes voluntariosos hão de receber a penalidade da segunda prova. 
     Essa pena será a segunda morte, dela não haverá resgate nem liberação, porque não haveria objetivo para outro resgate e prova. Naquele tempo já todos terão saboreado e por completo apreciado o bem e o mal; todos haverão experimentado a bondade e o amor de Deus; e todos terão gozado de uma plena e suficiente oportunidade individual para conseguir a vida eterna sob as condições mais favoráveis. 
     Não poderia pedir-se mais, e tampouco se dará mais. De uma vez para sempre essa prova decidirá quais seriam justos e permaneceriam em sua condição santificada ainda sob mil provas a mais; e determinará também quais continuariam sendo perversos, depravados e injustos, ainda sob esse mesmo número de provas.
“Pois como em Adão todos morrem, do mesmo modo em Cristo todos serão vivificados.”
1 Coríntios 15:22
     Seria inútil conceder outra prova sob circunstâncias exatamente iguais da primeira; não obstante, ainda quando as circunstâncias serão mais favoráveis, os termos ou condições para alcançar a vida sob essa prova individual serão os mesmos que foram na prova de Adão. 
     A lei de Deus não variará no mais mínimo porque é inalterável, ainda dirá: “A alma que pecar essa morrerá.” A condição do homem, no tocante a seu meio ambiente, não será mais favorável do que foi no Éden; a grande diferença consistirá em aumento do conhecimento. 
     A experiência com o mal, em contraste com a experiência do bem que no transcurso da prova vindoura todos têm que adquirir, constituirá a vantagem causante da grande diferença entre a Segunda prova e a primeira, isso se deve a que a Sabedoria divina e o amor promoveram o “resgate por todos”, garantindo a cada um a bênção da nova prova. 
     Prova, lei, condições ou circunstâncias mais favoráveis não podem ser concebidas como razões para dar lugar a outro resgate ou a alguma outra prova depois da Idade Milenária.
O resgate liberta o pecador da primeira condenação.
     O Resgate dado, a ninguém desculpa do pecado, nem tem por objetivo reputar os pecadores como santos, abrindo-lhes campo para que logrem desfrutar de uma sorte ou felicidade eternas. 
     Seu raio de ação está limitado a libertar o pecador que desejar, fora da primeira condenação e de seus resultados diretos e indiretos, colocando-o novamente em prova, para alcançar a vida eterna; nesta prova, por meio da própria obediência voluntária ou desobediência voluntária se determinará se o indivíduo é digno ou não de gozar perpetuamente da vida.
A queda não tem ferido a todos os filhos de Adão igualmente.
     Não deveria tampouco presumir-se como muitos presumem, que só com o fato de gozar de certo grau de civilização, e com o ver ou possuir uma Bíblia, se tem por isto uma plena oportunidade ou se está em prova para conseguir a vida. Deve perceber-se que a queda não tem afetado da mesma maneira a todos os filhos de Adão. 
     Tão débeis e inatamente depravados alguns têm vindo a existência, que são fácil presa de Satanás, o deus deste mundo, quem depois de cegá-los, os deixa à mercê do pecado que os rodeia e assedia; mais ou menos, todos se encontram sob esta influência a tal grau que ainda quando quiserem fazer o que é bom, o mal está presente e mais poderoso por causa do meio ambiente; e assim, o bem que eles compraziam-se em praticar, lhes é quase impossível, enquanto que dificilmente podem evitar o mal que desaprovam.
Muito poucos desfrutam dos benefícios do resgate agora, mas eventualmente todos o farão.




     Bastante reduzido é o número daqueles que na atualidade, com ciência certa e por meio da experiência, têm conseguido aperceber-se da liberdade que Cristo porporcionou aos que aceitam seu resgate e se põem sob seu mando para serem guiados no futuro. 
     Estes poucos, a Igreja, cujos membros são chamados e provados de antemão com o propósito especial de colaborar com Deus na tarefa de abençoar o mundo diante do qual agora testificam para logo governá-lo, abençoá-lo e julgá-lo em seu período de prova, são os únicos que até certo grau gozam dos benefícios do resgate e se encontram agora em prova pela vida. 
     A estes poucos são lhes imputados (e recebem pela fé) todas as bênçãos restituitórias que serão proporcionadas ao mundo durante a idade vindoura. Ainda quando estes não têm sido aperfeiçoados atualmente, nem restaurados à condição desfrutada por Adão, não obstante, e para compensar a diferença, eles são tratados de uma maneira especial. 
     Por causa de sua fé em Cristo são estimados como perfeitos, e conseqüentemente são restaurados à perfeição e recobram o favor divino como se cessassem de ser pecadores. Suas imperfeições e debilidades inevitáveis deixam de ser-lhes atribuídas uma vez que hajam sido saldadas pelo resgate e por estar encobertas com a perfeição do Redentor. 
     Assim vemos que por causa da sua posição imputada a Cristo, a prova da Igreja é tão propícia como será a do mundo quando chegar o seu turno. Todo o mundo virá ao pleno conhecimento da verdade, e ao aceitar suas condições e requisitos, cada um deixará de ser tratado como pecador e entrará a ocupar um posto como filho, para quem estão preparadas todas as bênçãos da restituição.
As provas da Igreja e do mundo são diferentes.

     Entre as distintas experiências que caracterizam as provas do mundo e da Igreja, se encontra a de que os obedientes dentre o mundo sem demora começarão receber as bênçãos da restituição por meio da remoção gradual de suas debilidades mentais e físicas, enquanto que a Igreja consagrada ao serviço do Senhor até a morte, desce à morte e na primeira ressurreição instantaneamente obtem a perfeição. 
     Outra diferença entre as duas provas consiste nas circunstâncias mais favoráveis da idade vindoura comparada com as desta; naquele tempo, as condições sociais, o governo, etc., serão mais favoráveis para o exercício da justiça, será premiada a fé e a obediência, e será castigado o pecado; pelo contrário a prova da Igreja, sob o príncipe deste mundo, se realiza sob circunstâncias adversas à retidão, a fé e a toda outra virtude. 
     No entanto, e como já temos visto, isto terá sua compensação no prêmio da honra e da glória pertencentes à natureza divina, que em adição com a vida eterna está oferecida à Igreja.
A extinção da vida é a penalidade do pecado.

     Ainda quando não tomou lugar senão depois de novecentos e trinta anos de agonia, quando desobedeceu, a morte de Adão era inevitável. Porque ele se encontrava em processo de morte, todos seus filhos nasceram na mesma condição moribunda, sem direitos de vida, e, o mesmo que seus pais, morrem de um processo mais ou menos prolongado. 
     Deve-se recordar, entretanto, que a pena pelo pecado não é a dor nem os sofrimentos ocasionados pelo processo da morte — mas sim a própria morte — a extinção da vida, em que culmina essa agonia, que é a penalidade do pecado. O sofrimento é puramente incidental e existem muitos que recebem a pena com pouco ou nada de dor. 
     Também se deveria lembrar que quando Adão perdeu o direito da vida, para sempre perdeu-o, e que dentre seus filhos, ninguém tem conseguido expiar sua culpa nem recobrar a herança perdida. A raça inteira já está morta ou moribunda, e se antes da morte nenhum de seus membros tem podido expiar sua culpa, certamente não podem conseguir isto quando estão mortos — quando estão privados da existência. 
     A pena imposta pelo pecado não consistiu simplesmente em morrer mantendo o direito e o privilégio de voltar mais tarde para a vida. Quando foi feita presente a pena em que seriam incorridos, não foi avisado que haveria liberação dela (Gênesis 2:17), e portanto, a restituição é um ato de graça livre ou favor da parte de Deus. 
     Tão logo como o homem incorreu na pena, ainda no momento de decretá-la, foi feita alusão ao misericordioso e livre favor de Deus, o qual, uma vez realizado, patenteará tão plenamente seu amor.
A promesa ainda é segura —
todos serão benditos nos tempos do refrigério.

     Se não fosse pelo raio da esperança, vislumbrando em palavras de Deus quando disse, que a descendência da mulher ferirá a cabeça da serpente, a raça teria caído em total desespero; mas esta promessa dava a entender que Deus tinha um plano em benefício da humanidade. 
     Quando Deus jurou a Abraão que em sua descendência serão benditas todas as famílias da Terra, foi abrangida uma ressurreição ou restauração de todos; porque muitos já haviam morrido e outros desde aquele tempo morreram igualmente sem serem abençoados. 
     Entretanto, a promessa é ainda certíssima; quando venham os tempos de refrigério ou da restauração (Atos 3:19, AL; IBB), então serão todos abençoados. Sempre e quando que a palavra bênção indica favor, e como queira que por causa do pecado foi retirado o favor de Deus, dando lugar à maldição, a promessa além disso subentende que esta seria removida, e daria por resultado o retorno do seu favor. 
     Também implica ou que Deus se compadeceria, mudaria o seu decreto e inocentaria a raça culpável, ou que tinha forjado um plano por meio do qual poderia redimi-la, fazendo que outro homem pagasse a pena imposta sobre o homem.
O filho de Abraão, Isaque, tipificou a Cristo Jesus.

Abraão e Isaque
     Deus não deixou o Abraão em dúvidas acerca de seu plano, senão que por meio de vários sacrifícios típicos que todos os que se lhe acercavam deviam apresentar-lhe, lhe demonstrou que não podia nem queria escusar o pecado nem o passaria por alto, e que a única maneira de apagá-lo e de abolir sua pena era encontrando um sacrifício que fosse suficiente e que correspondesse a ela. 
     Tal coisa foi indicada a Abraão por meio de um tipo muito significativo: o filho de Abraão, no qual se centrava a bênção prometida, teve que ser oferecido em sacrifício antes de que ele pudesse abençoar, e dentre os mortos Abraão em figura o recobrou. (Hebreus 11:19) Isaque nessa figura representava a verdadeira descendência, Cristo Jesus, quem para que todos os redimidos pudessem receber a bênção prometida, morreu redimindo toda a humanidade. 
     Se Abraão houvesse crido que Deus escusava e declarava inocente o culpado, teria pensado que era volúvel e por conseguinte não houvesse confiado em sua promessa. Suas deduções provavelmente teriam sido que se Deus mudava de modo de pensar uma vez, nada impedia que o repetisse, e se arrependia-se quanto à maldição da morte, não seria estranho que procederia de igual maneira no concernente a bênção e favor prometidos. 
     No entanto, Deus não deixa-nos em tal incerteza, Ele nos dá plena segurança tanto de sua justiça como de imutabilidade. Não podia perdoar o culpado apesar de que tanto amou o mundo que “nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou [à morte] por todos nós.”
Jesus deu uma satisfação plena para todos os homens.
     De maneira que toda a raça se encontrava em Adão e nele perdeu a vida quando este se pôs sob a sentença de condenação, igualmente quando Jesus “se deu a si mesmo em resgate por todos”, sua morte incluiu para a raça que Ele teria podido gerar. 
     Assim, um preço correspondente ou satisfação plena em benefício de todos os homens foi posto nas mãos da Justiça para ser aplicado “a seu tempo”, e agora, Aquele que a todos nós comprou, tem plena autoridade para restaurar a todos os que em seu nome cheguem a Deus.





     “Portanto, assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação e vida. Porque, assim como pela desobediência de um só homem muitos foram constituídos pecadores, assim também pela obediência de um muitos serão constituídos justos.” (Romanos 5:18, 19, IBB) 
     A proposição é muito simples: A todos os que por causa do pecado de Adão têm participado da morte, Jesus, nosso Senhor, quem morreu por eles e “se deu a si mesmo em Resgate por todos”, quando sacrificialmente e diante da lei quebrantada se constituiu em substituto de Adão, há de brindar-lhes privilégios de vida. Ele morreu, “o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus”. (1 Pedro 3:18, AL; IBB) 
     Nunca deveria passar-se por alto, no entanto, que todas as provisões divinas em benefício de nossa raça reconhecem a vontade humana como fator no conseguimento dos favores divinos tão abundantemente providos. Alguns têm passado por alto este detalhe ao examinar o texto já citado. (Romanos 5:18, 19) 
     As palavras do Apóstolo dão a entender como o julgamento da condenação recaiu sobre toda a descendência de Adão, da mesma maneira, por meio da obediência do nosso Senhor Jesus Cristo ao plano que o Pai havia traçado e por meio do sacrifício de si mesmo em benefício nosso, a todos se estende um dom misericordioso, a dádiva do perdão, que se for aceita, constituirá uma justificação ou a base para alcançar a vida eterna. 
“Porque, assim como pela desobediência de um só homem muitos foram constituídos pecadores, assim também pela obediência de um muitos serão [não foram] constituídos justos.” 
     Se só o resgate, sem a aceitação de nossa parte, nos constituísse justos, o texto nesse caso diria: pela obediência de um muitos foram constituídos justos.

     Apesar de que o Redentor tem dado já o preço do resgate, poucos são os que durante esta Idade Evangélica têm sido “justificados” ou feito justos “pela fé”, no seu sangue. 
     Mas, desde que Cirsto é a propiciação (a satisfação) pelos pecados de todo o mundo, sob o Novo Pacto e pela sua mediação todos os homens podem ser absolvidos e libertados da pena que o pecado atraiu sobre Adão.
A nossa penaldade nos tem sido pagado por Cristo.


“Ressurgiu.”
     Deus não procede injustamente, de modo que “se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”. (1 João 1:9) Ele seria injusto se teria nos permitido escapar da pena pronunciada sem ser satisfeita. 
     Do mesmo modo nos dá a entender neste texto que seria injusto se impedisse nossa restauração, sempre e quando que por sua própria disposição já foi provido o preço correspondente para pagar a pena em nosso lugar. A mesma justiça inflexível que anteriormente condenava a morte o homem, agora garante a liberação de todos os que confessando os seus pecados, desejam conseguir a vida por meio de Cristo Jesus. 
“É Deus quem os justifica; quem os condenara?” 
     Cristo Jesus é quem morreu, ou antes quem ressurgiu dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.” — Romanos 8:33, 34, IBB.


      O completo do resgate é o melhor e mais sólido argumento demonstrativo da restauração de todos os que quiserem aceitá-lo em términos propostos. (Apocalipse 22:17) 
     O verdadeiro caráter da justiça e honra de Deus é a garantia disto; cada promessa que Deus tem feito inclue isto, e todos os sacrifícios típicos nos dirigem para o grandioso e suficiente sacrifício, 
“o Cordeiro de Deus, que tira O PECADO DO MUNDO”, ele é “a propiciação [satisfação] pelos nossos pecados [os da Igreja], e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo”. (João 1:29; 1 João 2:2, AL; IBB) 
     O salário do pecado é a morte, por isso quando for cancelado o pecado, por necessidade e no tempo oportuno o salário deve cessar. Qualquer outro ponto de vista seria injusto e pouco razoável. 
     O fato de que ainda não se tem efetuado a recuperaçao do perdido em Adão, apesar de que hão transcorrido cerca de dois mil anos desde a primeira vinda e a morte do Redentor, não poderia se apresentar como argumento contra a restituição, porque tampouco seria argumento apresentá-lo como prova de que Deus não havia formado o plano de redenção antes da fundação do mundo, o fato de que transcorreram quatro mil anos antes de que viesse o Redentor a morrer. 
     Tanto os dois mil anos posteriores como os quatro mil anos que precederam a morte de Cristo, foram períodos assinalados para outras partes da obra preparatória dos “tempos da restauração de todas as coisas”.
Alguns têm sido cegados em parte, e alguns completamente, por Satanás.
Cada qual por si mesmo poderá ter uma plena oportunidade de provar, pela obediência ou desobediência, sua dignidade ou indignidade de vida eterna.
     Ninguém deve supor apressadamente que esta opinião apresenta algum ponto em conflito com o que as Escrituras ensinam que a fé em Deus, o arrependimento do pecado e a reforma do caráter são requisitos indispensáveis para alcançar a salvação. 
     Este ponto o trataremos mais detidamente quando chegar seu turno; por agora nos limitaremos a insinuar que muitos poucos tiveram uma medida de luz suficiente para produzir uma fé completa, o arrependimento e a reforma. 
     Alguns em parte, outros totalmente, têm sido cegados pelo deus deste mundo, e eles precisam ser recuperados tanto da cegueira como da morte, para que eles, cada qual por si mesmo, possam ter uma plena oportunidade de provar, pela obediência ou desobediência, sua dignidade ou indignidade de vida eterna. 
     Então, aqueles que se mostrarem indignos dela, de novo morrerão, com a segunda morte — da qual não haverá redenção nem ressurreição conseguinte. A morte e todas as imperfeições ocasionadas pelo pecado de Adão serão removidas, mediante a redenção que há em Cristo Jesus, mas a morte em que incorre a causa de desobediência pessoal e apostasia voluntariosa, é definitiva. 
     Este pecado é imperdoável e seu castigo é eterno: não um tormento eterno, mas a morte eterna, a segunda morte, uma morte que outra ressurreição não a interromperá.
A redenção por Cristo é de ser tão extensive como o pecado de Adão.
     Num volume subseqüente trataremos da filosofia do plano de redenção. Aqui limitaremos a estabelecer o fato de que uma redenção por meio de Cristo Jesus será tão extensa em seus benéficos resultados e oportunidades, como foi o pecado de Adão no funesto e degradador; e isto, com o objetivo de que todos os que participarem da condenação e sofreram por causa de um, “a seu tempo” e com a mesma certeza, possam ser libertados por outro. 
     Este argumento bíblico, no entanto, não pode ser apreciado por alguém que não esteja pronto a admitir que de acordo com as Escrituras a morte — a extinção do ser — é o salário do pecado. Os que pensam que a morte é a vida em tormento, a mais de não contar com o oposto significado das palavras morte e vida, se colocam entre dois absurdos. 
     É absurdo supor que Deus, por qualquer que tivesse sido a classe do pecado cometido, e mais que tudo, comparativamente leve a ofensa de comer do fruto proibido, perpetuasse a existência de Adão em tormento eterno. 
     E se Jesus redimiu a humanidade, se morreu em nosso lugar, se chegou a ser nosso resgate, e se baixou até a morte para que pudéssemos ser libertados dela, não é o caso evidente que a morte sofrida por Ele pelos injustos teve que ser exatamente igual a qual a raça achava-se condenada? 
     Por ventura encontra-se Ele sofrendo um tormento eterno pelos nossos pecados? Por não ser esse o caso, porque Ele morreu por nossos pecados, então o castigo que por eles correspondia foi a morte, mas não a vida em nenhum sentido ou condição.
A doutrina do tormento eterno é inconsistente com as Escrituras e o entendimento do Resgate.
     Parece estranho o dizer, mas ainda quando a teoria do tormento eterno é inconsistente com expressões como: “Cristo morreu pelos nossos pecados”, “o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de todos nós”, e apesar de que é preciso abandonar uma ou outra idéia por ser incompatível, com tudo existem alguns que tão tenazmente se aferram à idéia de tormento e a consideram um bocado tão delicioso, que em desacato aberto às Escrituras se aderem a ela e deliberadamente negam que Jesus deu-se em preço do resgate pelo mundo, ainda quando esta é uma verdade que as páginas da Bíblia ensinam.
É Praticável a Restituição?
     Segundo alguns supõem, se os milhões que deixaram de existir levantarem, não haveria na terra lugar suficiente para eles, e em caso de havê-lo, que a terra não produziria o suficiente para a subsistência de uma povoação tão imensa. Outros chegam até o extremo de afirmar que a terra é um vasto cemitério e que no caso de se levantarem todos os mortos, teriam que amontoar-se uns sobre os outros por falta de espaço
     Este é um ponto importante. Quão estranho seria que enquanto a Bíblia ensina a ressurreição de todos os membros da raça, ao tomar as medidas da Terra não encontrássemos campo suficiente para eles! Mas, achamos um cálculo e se verá que este temor é infundado. O resultado demonstrará que a Terra oferece amplo campo para “a restauração de todos”, assim como Deus falou “pela boca de seus santos profetas”.
Si todos os mortos fossem ressuscitados, haveria lugar bastante na terra?
     Suponhamos que desde a criação do homem transcorreram seis mil anos, e que hoje em dia (1886) um bilhão e quatrocentos milhões de serews humanos povoam a terra. Sabemos qoue nossa raça começou com um par só, entretanto, sejamos liberais e façamos conta de que no princípio havia tanta gente como agora, e que o número nunca foi menor ainda quando na realidade o dilúvio reduziu a povoação do mundo a oito pessoas. 
     Uma vez mais sejamos liberais e a um século calculemos três gerações, ou seja trinta e três anos para cada uma, apesar de que conforme o capítulo 5 de Gênesis, desde Adão até o dilúvio, um período de mil seiscentos e cinqüenta e seis anos, só existiram onze gerações, o que equivale a cento cinqüenta anos ou mais ou menos para cada uma. 
     Seis mil anos são sessenta séculos; três gerações para cada século dão um total de cento e oitenta gerações desde Adão, e a razão de um bilhão e quatrocentos milhões em cada geração, este cálculo exagerado daria um resultado de duzentos e cinqüenta e dois bilhões (252.000.000.000) como número total da nossa raça desde a criação até a atualidade, o qual é provavelmente mais de duas vezes o número verdadeiro.

     Aonde acharemos campo suficiente para esta grande multidão? Tomemos algumas medidas para ver em que paramos. O estado de Texas, nos Estados Unidos, tem uma superfície de duzentos e trinta e sete mil milhas quadradas. Uma milha contém vinte e sete milhões oitocentos e setenta e oito mil quatrocentos pés quadrados, e portanto, em Texas se encontram seis trilhões seiscentos e sete bilhões cento e oitenta milhões e oitocentos mil (6.607.180.800.000) pés quadrados. 
     Se atribuímos dez pés quadrados de superfície para cada corpo morto, as cifras nos provam que Texas como cemitério teria dentro de si seiscentos e sessenta bilhões setecentos e dezoito milhões e oitenta mil (660.718.080.000) corpos humanos, ou quase três tantos do exagerado número em que temos calculado os que têm vivido sobre a terra.

     Posta em pé, o espaço que ocupa uma pessoa é pouco menos de dois pés quadrados. Nesta proporção, a população atual do mundo (um bilhão quatrocentos milhões — 1886 d. C.) muito bem podia parar numa área de oitenta e seis milhas quadradas, uma área menor que a da cidade de Londres ou de Filadélfia. 
     A ilha de Irlanda, (com área de trinta e duas milhas quadradas de superfície) proporcionaria campo para que ficassem de pé mais do que o dobro das pessoas que têm vivido no mundo, apesar de exagero do nosso cálculo.


                                             


— O Resgate garante a Restituição.
— O que se obt
êm com o Resgate não é a Vida Eterna
     mas a oportunidade para ganhá-la.
— As condições e vantagens desta prova.
— Necessidade do sacrifício de Jesus.
— Como a raça podia ser e foi redimida pela morte
     de uma pessoa.
— A Fé e as obras ainda são necessárias.
— O salário do pecado voluntário é iniludivel.
— Haverá lugar na Terra para os milhões de ressuscitados?
— A Restituição contra a Evolução.  [173]

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